Uma das preferências do brasileiro é xingar políticos, crucificá-los, condená-los por suas falcatruas, subornos, roubos e a mais deslavada cara de pau. Só esquecemos de um detalhe importantíssimo. Eles estão em seus cargos porque nós, eleitores, os colocamos lá.
É claro que como bons políticos, com uma lábia incrível e promessas mirabolantes, conseguem levar seus inocentes eleitores no bico. Antes do resultado das urnas é difícil saber exatamente em quem estamos votando. O lobo vem vestido de cordeirinho e está sempre pronto a ajudar a vovozinha.
Briga no Congresso: baixaria de nossos políticos
E com aquela conversa mole, promessa de ajudar a associação dos amigos do bairro, de asfaltar a rua, tapinha nas costas, ele consegue o voto de uma família, de uma comunidade. E até faz o que prometeu, mas isso é apenas para “enganar” trouxa. O buraco é bem mais fundo.
É o que estamos vendo no cenário político nacional. A lama que transborda no Congresso Nacional é pior que a lama da barragem de Mariana. É podridão. As operações desencadeadas pela Lava Jato puxam cordões com dezenas de políticos pendurados pelo colarinho branco.
São golpes e mais golpes, falcatruas em interesse próprio, de amigos, bancos e empreiteiras. E o povo que se dane. Aquele eleitor bobinho que deu seu voto com orgulho e paixão para o “dotor” é apenas uma pecinha no mosaico da escalada do poder. Poder insaciável. Poder que rouba, sonega, suborna e enche os bolsos dos “representantes do povo”.
Que o digam os senhores Eduardo Cunha e Delcídio do Amaral (preste atenção, de partidos diferentes), atuais expoentes da corrupção no Brasil. Sim, atuais, porque a fila anda e nos próximos dias outros nomes surgirão com mais lama a ser transbordada.
É fato que a corrupção é inerente ao ser humano. O poder corrompe e abre uma sede insaciável de querer mais. Mas não podemos ser ingênuos e pensar que isso só acontece no Brasil. Está no sangue humano desde o início da humanidade e ocorre em todos os governos do mundo. Só que os procedimentos para aqueles descobertos são diferentes.
Homens com honradez confessam publicamente seus crimes e abrem mão dos seus cargos. Outros, em casos extremos, se suicidam.
No Brasil, apesar de todas as provas do crime, negam com a maior cara de pau, esnobam da justiça e tentam barrar qualquer procedimento que possa levá-los à condenação política. É o que o senhor Eduardo Cunha, na maior desfaçatez deste mundo, vem fazendo?
Bloqueia todas as tentativas de levar adiante um processo no Conselho de Ética que pode lhe tirar o cargo de presidente da Câmara. Mas, pense bem, por que é que o presidente da Câmara, mais sujo que pau de galinheiro, autorizaria um processo contra ele mesmo? Santa ingenuidade.
Cunha é apenas um. Não podemos esquecer de maus exemplos anteriores como Maluf e Collor, que, condenados, voltaram a exercer cargos públicos. Mas se eles estão no poder só há um culpado. Quem os elegeu. E se não mudarmos nosso modo de enxergar a real situação, nada neste País vai mudar.
Então não adianta ficar culpando o governo. O governo somos nós que montamos num tabuleiro chamado eleição. Se não aprendermos a colocar as peças certas nos lugares certos, o jogo estará sempre perdido.

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