O fim dos jornais. E o jornalista...

Este blog foi criado há pouco tempo, mas desde então publiquei duas notícias sobre o fim de dois importantes jornais em suas respectivas áreas. Um deles é o jornal o Estado, de Santa Catarina, onde comecei minha carreira profissional em 1985. Na verdade o jornal fechou há algum tempo, mas o que estão fazendo com sua memória de quase um século de existência é um absurdo. O Estado era um jornal forte, o único com sucursais em várias cidades do interior do estado. Tinha uma equipe muito boa de profissionais e nos dava liberdade para escrever. Infelizmente, ele não resistiu ao avanço da concorrência e nos últimos anos sua abrangência de circulação limitou-se a capital catarinense, até que chegou no estado em que se encontra hoje. Veja no artigo abaixo o que sobrou dele.

A Gazeta

A Gazeta Mercantil era de longe o mais importante do país na área econômica. Seu grande tropeço começou em 2001, quando mais de 300 jornalistas foram demitidos e sucursais fechadas em todo o país. Eu trabalhava na sucursal de Campinas. E difiícil entender como um grande jornal como a Gazeta sucumbiu, a não ser levado pela má administração. Dizia-se na época o jornal tinha mais de 60 diretores espalhados pelas várias sucursais. Não sei. Sei que em seguida ele foi comprado pelo empresário Nelson Tanure. Este não aguentou pagar tanta dívida trabalhista e hã pouco mais de um mês devolveu o jornal para o antigo proprietário, a família Levy. Desde então a Gazeta deixou de circular nas bancas e vãrios jornalistas foram demitidos.

Diploma

Estas duas notícias chegam num momento ruim, quando nossos queridos juízes do Supremo Tribunal Federal entenderam que para ser jornalista não precisa ter diploma. Nossa profissão foi comparada a de um cozinheiro pelo mais alto magistrado do país. Nada contra os cozinheiros, pois sou apreciador de uma boa comida, mas não tem comparação. Poderia falar muito sobre o assunto, mas digo apenas que a universidade qualifica o profissional e lhe dá subsídios éticos e morais para exercer a profissão. Ah, um detalhe importante, os juizes também entenderam que outras profissões da área de humanas não precisam de diploma para serem exercidas. O precedente foi aberto...

O selo acima é da campanha que a Federeação Nacional dos Jornalistas lançou para tentar reverter a situação. Contamos com a colaboração de todos.