Por volta das 20 horas de uma quarta-feira, o celular da minha esposa tocou. Ela atendeu, ficou calada e depois pálida. Do outro lado da linha uma voz masculina, estilo malandro, anunciava:
- É um seqüestro, estou com sua filha, não desligue o telefone e não tente avisar a polícia.
Para confirmar o que diz, o malandro coloca no telefone uma voz de menina chorando e pedindo socorro.
Minha esposa, em pânico, chama a menina pelo nome de nossa filha mais velha, que naquele momento estava no cursinho, daí a razão do desespero da mãe. Era o que o bandido precisava. Até aquele momento ele não tinha nenhum nome.
- Senhora, sua filha Maria (nome fictício) está comigo e se a senhora não colaborar nós vamos barbarizar com ela, uma garotinha muito bonita e gostosa.
Em prantos, minha esposa me passa o telefone. Pela cara dela imagino o que está acontecendo.
O malandro, achando que está falando com minha esposa diz: “Eu quero dinheiro e ter que ser agora”.
Rapidamente penso que tenho duas alternativas: entrar na conversa do bandido e acabar sendo enrolado até as últimas conseqüências ou então reagir e parar a conversa por ai mesmo. Opto pela segunda alternativa. Interrompo o bandido e blefo pesado:
- Qual é malandro, tá querendo aplicar este golpe, cai fora antes que chame meus amigos da ROTA.
Desligo o celular. Saio correndo pego meu celular, ligo pra minha filha e entro afoito no carro. Antes de dar a partida ela atende.
- Filha, você está bem??? Onde você está, no cursinho???
- Sim pai, to aqui com minha amiga, está tudo bem sim.
Respiro aliviado, minha esposa para de chorar. Entro em casa e sento no sofá.
Que susto. Quantos casos parecidos com este já havíamos conhecido. Quantos pais que embarcaram nesta conversa e ficaram horas sem desligar o telefone, entregaram fortunas aos bandidos e depois constataram que os filhos estavam todos bem. É perfeitamente compreensível entrar em pânico, como aconteceu com minha esposa. Por sorte consegui manter a calma e desarmar o bandido.
Mas, depois ficamos pensando. Como o bandido conseguiu o celular da minha esposa e como apostou que era uma menina e não um menino o objeto do seqüestro???
Estamos sendo vigiados????

1 Comentários

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  1. Amigo Jorge posso imaginar a situação de vc. Tentaram aplicar o
    mesmo golpe conosco, de madrugada, justamente no dia que nossa filha estava viajando de férias.
    É assustador,só tranquiliza quando consegue falar com a "sequestrada".
    E saber q o malandro deve estar rindo da situação.
    Será q as autoridades não vão tomar nenhuma providência?
    Um forte abraço

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